A UFSB como instrumento de transformação social  

A  UFSB pode contribuir com minha formação acadêmica e pessoal proporcionando me um ensino de qualidade, capaz de produzir não só uma formação profissional de qualidade, mas também uma formação social, que me permita ter autonomia para direcionar minha formação acadêmica e no segundo momento sendo capaz de agir no contexto no qual estou inserindo.  

Este modelo de instituição contribui para que alguns preconceitos sejam desfeitos, proporcionado um crescimento pessoal, além do profissional, pois o modelo de ensino pode proporcionar condições para solucionar problemas, além de uma conscientização do inacabamento do sujeito, o que me faz um ser em processo de construção e reconstrução constante dando me condições de entender o contexto no qual estou inserido além de poder intervir na minha realidade fazendo de mim um agente ativo no cenário da vida. Isso após entender o contexto social em que me enquadro e as condições desfavoráveis a qual sempre fui submetido e a partir deste ponto buscar soluções que possam melhorar tanto a minha realidade de vida como da sociedade em que estou inserido, sendo está um instrumento de transformação social e pessoal. 

A história da universidade no mundo ocidental  

A Universidade no mundo ocidental tem seu início com a universidade Escolástica no século XI, sendo que este modelo de universidade tinha como base a teologia, as disciplinas eram divididas em duas grades o Trivium e o Quadrivium. O Trivium tinhas as disciplinas voltadas para a linguagem, gramática, lógica e retorica enquanto o Quadrivium era voltado para as ciências aritmética, astronomia, geometria e música, sendo que algumas instituições neste período já possuíam cursos direcionados as profissões liberais como medicina. A universidade escolástica tem seu fim no século XVI após a reforma protestante e a contra reforma. 

No século XVI após a crise da universidade escolástica causada pelo controle da igreja sobre o ensino sem que houvesse o mínimo de autonomia cientifica das instituições, que neste período já havia integrado cursos como Direito e Dialética, como um processo de mudança para o modelo Vocacional, que começa a direcionar o ensino acadêmico para a formação de profissões diferindo do modelo escolástico que visava a manutenção de dogmas e valores religiosos, este processo de mudança foi influenciado por filósofos como Kant e Descartes além de figuras como o marquês de Pombal. A partir destas mudanças e posteriormente o Iluminismo e a revolta de Cabanis as instituições começaram a buscar a capacitação em instituições que visam a preparação técnica, nas escolas técnica ou nas faculdades especializadas em formar profissionais. 

A universidade de pesquisa nasce com Criação da universidade de Berlin que teve como fundador Humboldt que visava restaurar as tradições culturais alemãs, que posteriormente foram levadas para os  Estados Unidos com a reforma Flexner, instaurando o regime de ciclos nas universidade e tendo como principal metodologia de ensino a pesquisa.  

Estas transformações foram utilizadas no tratado de Bolonha que instaurou o regime de ciclos nas universidades europeias, além de no projeto visar uma universidade com um teor mais social e menos elitista. A partir destes projetos se inicia o modelo de universidade contemporânea ou social, que tem como finalidade uma formação profissional e humanística além de visar promover o ingresso de fatias da sociedade que anteriormente não tinha acesso aos níveis superiores de ensino, sendo que neste modelo de ensino busca-se a ecologia dos saberes. 

As contribuições do modelo pluriversitário  

O modelo pluriversitário pode contribuir com o ensino superior trazendo novas possibilidades na construção de ensino baseado nas realidades sociais vigentes no território no qual a instituição está localizada.  

O modelo em questão trabalha com a ecologia dos saberes valorizando o conhecimento sem promover a hierarquização do conhecimento, logo este modelo de formação produz um ensino mais humanístico e mais completo, uma vez que os modelos tradicionais de ensino visam apenas a formação profissional e social e cultural, formando apenas "bons profissionais" entretanto o modelo pluriversitário busca uma forma ampla e completa preparando os indivíduos para serem seres ativos durante sua formação e após o término da mesma. 

Este propõe a extensão e a utilização dos mestres dos saberes como estratégias para aprendizagem e combate da hierarquização do saber descontruindo preconceitos e contribuindo na formação dos discente, desta forma este modelo proporciona aprendizagem de novos saberes e a valorização de culturas que foram marginalizadas pelo modelo universitário sulista e eurocêntrico. 

As contribuições de Paulo Freire 

As contribuições de Paulo Freire para o modelo da UFSB estão relacionadas as metodologias de ensino e avaliação, pois está trabalha com o modelo construtivista partindo das experiências já adquiridas pelos discentes valorizando o saber popular e contribuindo para a construção de um saber que dialogue com os saberes populares produzindo um sentimento de pertencimento, e apropriação do saber.  

Outro aspecto muito importante é a pedagogia da autonomia que visa uma formação cultural e social capaz de proporcionar aos indivíduos as condições necessárias para que o mesmo seja capaz de fazer a leitura do ambiente no qual ele está inserido de forma que o mesmo possa se posicionar como agente ativo, podendo então intervir e gerar mudanças significativas no contexto social no qual ele está inserido promovendo uma formação de uma comunidade melhor. Além destes pontos a pedagogia freiriana contribui com conceitos que trabalham o inacabamento do sujeito, sendo que neste modelo pedagógico sempre se parte dos questionamentos para a produção e construção a partir do questionamento, valorizando o conteúdo do discente e reconstruindo um conhecimento de forma significativa na vida dos envolvidos.      

As contribuições de Anísio Teixeira  

Este autor tem como principal contribuição a ideia de colégios universitários que contribuem para interiorização do ensino superior, levando para as regiões interioranas um ensino de qualidade que proporcione aos habitantes do território um ensino público e de qualidade. 

Este ensino público e de qualidade tem como finalidade atender uma fatia da população que historicamente não vinha sendo privilegiada, ficando de fora dos locais de formação acadêmica sem ter acesso a uma formação capaz de mudar a realidade pessoal e local, pois a educação dentro deste contexto significa mais que um instrumento de ascensão social, este significa um instrumento de emancipação cultural e crítica, proporcionando para os indivíduos a capacidade de agir dentro do sistema democrático e não sendo apenas um objeto dentro do sistema. Algumas ideias são descontruídas após o conhecimento destes paradigmas, ideias como a de meritocracia e de direitos iguais no que diz respeito ao acesso e continuidade no ensino superior, um novo olhar é lançado abordando as particularidades entendo o sujeito como único e em formação, entendendo que a educação não é privilegio a educação é um direito de todos, e uma educação pública e de qualidade que proporcione a todos os mesmos direitos gerando uma sociedade baseada na equidade.    

Relatório da visita ao colégio Jaime Pereira da Silva anexo do Almakazir Gally Galvão   

   

ALBERÍCIO SILVA DE JESUS 

DANUZA MAILLY SOUSA PEREIRA 

ELÍNIO SANTOS DE OLIVEIRA 

ERIVELTON SOUZA CAMPOS 

EVERLON SOUZA CAMPOS 

TAILANDE VENCESLAU CARNEIRO 

  

RELATÓRIO SOBRE VISITA AO COLÉGIO JAIME PEREIRA DA SILVA EM ITAMOTINGA-BA  

ITABUNA - BA  

Setembro/2017  

Relatório apresentado ao componente curricular Universidade e Sociedade, da Universidade Federal do Sul da Bahia, como requisito parcial para obtenção de créditos no componente, com orientação da Prof. Regina Soares de Oliveira. 

  

1. INTRODUÇÃO  

  

O presente trabalho consistiu em visitar uma escola ou espaço comunitário para apresentação do modelo da Universidade Federal do Sul da Bahia com base nas experiências vivenciadas no período do primeiro quadrimestre do curso. 

A equipe concordou em visitar o Colégio Jaime Pereira da Silva, situado em Itamotinga, distrito da cidade de Coaraci-BA, onde funciona como anexo do Colégio Estadual Almakazir Gally Galvão. 

A proposta do grupo consistiu em realizar com alunos, educadores e pessoas da comunidade, bem como integrantes da equipe gestora, uma roda de conversa para tratar de assuntos referentes ao ingresso e permanência ao ensino superior. 

A escolha da escola se deu primeiramente por sua localidade, pois verifica-se que os alunos egressos do ensino médio não têm acesso aos polos universitários presentes na região (Itabuna e Ilheus), portanto, a oportunidade de uma Universidade localizada em Coaraci é vista com uma das únicas alternativas para o ingresso dos potenciais estudantes do Ensino Superior por moradores deste distrito. 

Outro fator levado em consideração para que a roda de conversa fosse realizada no Colégio Jaime Pereira foi o fato de funcionar neste espaço um anexo do colégio onde funciona o CUNI (Colégio Universitário) de Coaraci, o Colégio Estadual Almakazir Gally Galvão. 

Itamotinga surgiu em 1889 e é um povoado pertencente ao município de Coaraci, situado a 12,3 km do mesmo e possui cerca de 2 mil habitantes. O anexo do Colégio Almakazir naquele local funciona desde 2012, a escola que sedia o anexo possui boa estrutura com 03 salas de aula, 01 cozinha, 02 banheiros e 01 secretaria. Nas três salas de aula funcionam o 1º, 2º e 3º anos do ensino médio no turno noturno. 

Os alunos do ensino médio foram o público-alvo escolhido para a roda de conversa, além de pessoas da comunidade interessadas em discutir a temática abordada. 

 2. OBJETIVOS  

  

⦁    Observar as expectativas dos alunos do Colégio Jaime Pereira da Silva (Anexo do Almakazir) sobre o Ensino Superior. 

⦁    Conversar sobre as questões do Ensino Superior, enfatizando o modelo adotado pela Universidade Federal do Sul da Bahia. 

⦁    Explicar as diferenças entre o modelo da UFSB e outras Universidades/Faculdades locais. 

⦁    Fomentar nos alunos do Colegio Jaime Pereira da Silva o debate acerca das expectativas individuais e coletivas sobre o ingresso ao ensino superior. 

  

  

⦁    RELATO DE EXPERIÊNCIAS  

  

A começar pelo trajeto feito até a escola, percebeu-se que a estrada não é pavimentada/asfaltada, o que dificulta o acesso ao povoado, fazendo com que a viagem sob o percurso de 12km, dure cerca de 01 (uma) hora. 

O acolhimento na escola foi agradável e logo fomos encaminhados para a sala de aula onde foi realizada a roda de conversa, notou-se que as aulas daquela noite foram substituídas pela realização desta atividade. 

Estavam presentes nesta atividade, cerca de 27 pessoas, entre elas, alunos, professores e pessoas da comunidade. A grande maioria interagiu com a programação prevista colaborando para o desenvolvimento do trabalho. 

No primeiro momento foi realizada a apresentação do grupo, e logo depois todos os participantes se apresentaram e falaram sobre suas expectativas e opções de cursos do Ensino Superior. Vale observar, que muitos dos participantes não sabiam ainda qual área de estudo escolher. Nesta oportunidade, apresentamos as formas de ingresso para a UFSB, seguidas do modelo pedagógico e da arquitetura curricular da Universidade. A possibilidade de escolher o curso no decorrer da formação acadêmica, causou interesse dos participantes indecisos acerca da área/curso a seguir. 

Outra questão levantada foi a possibilidade de não somente formar-se no Ensino Superior com intuito exclusivo de atender ao mercado de trabalho, mas como busca pela satisfação pessoal e dos sonhos inerentes a cada um. Além da possiblidade de intervir no meio em que estão inseridos, visto que a Universidade contempla a importância do meio local numa formação que reflita as questões acadêmicas e sociais, portanto indivíduos dotados de faculdades humanísticas.  

Muitas dúvidas foram levantadas e esclarecidas sobre formas de ingresso, ensino, períodos dos ciclos, localização física de cursos específicos, o processo da formação geral e das licenciaturas e bacharelados interdisciplinares, bolsas e auxílio, pesquisa e extensão, dentre outras. 

O espaço de discussão provocado abriu possiblidade de novos momentos que integrassem alunos da Universidade com os alunos do Ensino Médio. A coordenação propôs a realização de futuras oficinas e debates sobre o ingresso no curso superior, primordialmente na UFSB, para que ao longo do percurso de formação dos alunos no ensino médio, dúvidas que não foram apresentadas neste primeiro momento fossem sanadas posteriormente. 

  

  

⦁    EXPECTATIVAS EM RELAÇÃO À UFSB  

  

A possibilidade de apresentar um modelo de ensino de integre pessoas que histórica e socialmente foram excluídos, os fez compreender a Educação como um instrumento de transformação social e pessoal.  

É importante a aproximação da Universidade com alunos do ensino médio bem como com a comunidade no seu entorno, visto que as contribuições são relevantes para o contexto territorial e para o reparo dos danos sociais. 

Outras atividades que contemplem estas ideias devem ser fomentas, porque a Universidade não deve configurar-se como instituição elitista ou como instrumento para manutenção das desigualdades socioculturais.